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Me chamo Bruna Andrade, as vezes me confundem por Bruxa.

Quem sou eu senão uma constante fixadora de instantes e retratos de um tempo. Com imagens, corpos e arranjos procuro conservar a vida, entender por onde ela semeia, por onde cresce e escoa. Com representações espalhadas por aí, tento manter a eterna lembrança da natureza. Aquela que nós habita, a que nós atravessa

e a que transborda. 

Floresta adentro, onde estava escuro aprendi a gostar das sombras e entender a importância da luz, dos contrastes e nuances que aparecem nessas sincronias da vida. 

Por esses caminhos cruzei com muitos acasos significativos e imagens que me fizeram perceber a importância do fazer, de materializar e registrar um pensamento, uma experiência. A arte tem o poder de canalizar, ela faz com que todo esse turbilhão imagético que me invade tenha espaço pra desaguar. Eu sou artista porque permite me sentir viva.

Sou múltipla e sinto que tenho muitas camadas diversas dentro de mim. Hoje sou uma, amanhã já outra, a multiplicação e soma de todas as técnicas e segredos achados pelo caminho. A beleza está em deixar seguir em frente sempre a procura de um solo propício para crescer. 

Formalmente, hoje sou Bruna Andrade tenho 25 anos sou artista visual, tatuadora e estudante de Licenciatura na Escola de Belas Artes da UFRJ. Desde pequena sempre me manifestei para o fazer, pintando e ilustrando as superfícies que me aparecem. O trajeto me fez perceber o outro e me encantar com as formas do corpo e sua semelhança com os movimentos naturais das florestas. Entendi que somos parte, seres da terra que de alguma forma se mantém distantes.

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A tatuagem me lembra algo ancestral, um ritual de fixação da vida no qual permitimos através de cicatrizes constantemente lembrarmos da nossa essência. Na minha percepção a tatuagem e uma transformação, um encontro consigo e que gera a ressignificação. A marca no corpo traz força, cria armaduras e nos fazem ser resistência.

Que essas naturezas que eu ajudo a transbordar caminhem por entre os prédios e vielas e nos sejam um eterno lembrete do que precisa permanecer vivo. 

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Que as telas e pinturas dentro dos apartamentos nos ajudem a ficar mais perto da natureza e nos lembrem a importância de sair e encontrar a terra, a água, o fogo e o ar. Fica aqui o meu registro desse tempo. Com os lindos filmes da Lua, que registrou esses fazeres tão importantes pra mim e alguns dos traços que já deixei por aí. 

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